Uma visão global das doenças neurológicas



Doença de Parkinson

Na AbbVie investigamos novos produtos para o tratamento da doença de Parkinson (DP) e estamos empenhados no tratamento da doença na sua fase avançada.

A DP é a segunda doença neurodegenerativa mais comum, logo a seguir à doença de Alzheimer. Afeta milhões de pessoas e, em Portugal, um estudo publicado em 2017 estima uma prevalência de pelo menos 180 casos por cada 100 mil habitantes, ou seja, existem cerca de 18 a 20 mil pessoas com DP em Portugal.

A doença de Parkinson é uma doença crónica e progressiva que resulta da morte de neurónios de uma zona cerebral muito específica – a substância negra. Os neurónios que formam a substância negra são responsáveis pela produção de dopamina, uma molécula que tem várias funções no sistema nervoso central e é o principal neurotransmissor envolvido no funcionamento das estruturas cerebrais responsáveis pelo controlo dos movimentos do corpo. A destruição progressiva destes neurónios dopaminérgicos afeta as estruturas responsáveis pelo controlo dos movimentos. A DP é uma doença do movimento, predominantemente com sintomas motores.

Estima-se que os primeiros sintomas da DP só se manifestam quando já houve uma perda de cerca de 60% a 80% dos neurónios da substância negra, pelo que que é de extrema importância identificar estes sinais, para estabelecer o diagnóstico e instituir o tratamento adequado. Os sintomas mais comuns são tremores, lentificação dos movimentos (bradicinesia), rigidez muscular e distúrbios na marcha e no equilíbrio. A doença de Parkinson tem um elevado impacto na qualidade de vida do doentes e da família.1

A doença de Parkinson não tem cura, mas pode ser facilmente tratada. O principal objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas e efeitos adversos. Nas fases avançadas da doença, ou após tratamento prolongado, o efeito da medicação oral pode diminuir, ou sofrer flutuações. Nestes casos, pode ser aconselhada a administração contínua de medicação, como forma de melhorar a qualidade de vida dos doentes.2


Enxaqueca

Em média, cerca de 14% da população mundial sofre de enxaqueca, sendo que esta incidência é mais prevalente na população feminina.3 Estima-se que, em Portugal, cerca de dois milhões de pessoas sofram desta patologia, o que se traduz numa prevalência de aproximadamente 19%.4

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a enxaqueca é uma das doenças mais debilitantes.5 Esta doença pode ter um impacto negativo em vários aspetos do dia-a-dia dos doentes, incluindo a saúde física (dor), a saúde mental (depressão, ansiedade e distúrbios do sono)6,7, as relações afetivas, a vida profissional e a situação económica.7,8 O objetivo do tratamento preventivo é reduzir significativamente o número de dias com enxaqueca por mês e melhorar a qualidade de vida.

Segundo os critérios de classificação da ICHD-3, a enxaqueca pode ser considerada como episódica ou crónica. A enxaqueca episódica é caracterizada por um doente que tenha enxaqueca ≤15 dias por mês.  A enxaqueca crónica é caracterizada por um doente que tenha cefaleias durante ≥15 dias por mês, dos quais pelo menos 8 dias são com enxaqueca, e com sintomas que persistem por um período de pelo menos 3 meses.9

Atualmente, já existem várias opções terapêuticas específicas para o tratamento da enxaqueca, que podem ser combinadas com tratamentos não farmacológicos.10 Esta revolução no paradigma do tratamento da enxaqueca deve-se em parte ao aparecimento de um novo alvo terapêutico, o Péptido Relacionado com o Gene da Calcitonina (CGRP), para o qual têm vindo a ser desenvolvidos novos fármacos, ao longo das últimas duas décadas. Atualmente estas opções terapêuticas encontram-se disponíveis sob a forma oral ou injetável, permitindo abordagens terapêuticas cada vez mais ajustadas ao perfil dos doentes.11


Espasticidade pós-AVC

Todos os anos, cerca de 200 mil pessoas sofrem um Acidente Vascular Cerebral (AVC).12

Das várias incapacidades resultantes do AVC, a espasticidade, que resulta de uma alteração da função do corpo, está entre os principais problemas da função corporal ocorrendo em cerca de 90% dos casos no hemicorpo, geralmente contralateral à lesão cerebral. Até 40% dos sobreviventes de um AVC, desenvolvem posteriormente espasticidade.13 Por esse motivo, a AbbVie está comprometida em tratar a espasticidade pós-AVC.

A espasticidade caracteriza-se por uma perturbação no controlo sensoriomotor, resultante de uma lesão do primeiro neurónio motor e apresenta-se com uma ativação muscular involuntária sustentada ou intermitente.14 Está frequentemente associada a dor, rigidez, contraturas musculares e articulares. As consequências são uma postura incorreta das extremidades afetadas, redução da qualidade de vida e da independência do doente, com um acréscimo do burden dos cuidadores.

O diagnóstico e tratamento precoce pode preservar as funções dos membros e articulações afetadas, prevenir danos consequentes e reduzir a dor. Desta forma, as consequências físicas após um AVC são reduzidas, contribuindo para a independência e melhoria da qualidade de vida dos doentes.15

Existem opções terapêuticas físicas, fisioterapêuticas, farmacológicas e cirúrgicas disponíveis, para o tratamento da espasticidade pós-AVC.16 O tratamento deve ser realizado por uma equipa multidisciplinar, de acordo com as guidelines nacionais e internacionais.

Referencie para consulta de MFR

Até 43% dos doentes internados por AVC podem desenvolver espasticidade16

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Doença de Alzheimer

Estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas no mundo vivam com demência. Em Portugal, não existindo até à data um estudo epidemiológico que retrate a real situação do problema, podemos ter como referência os dados da Alzheimer Europe que apontam para mais de 193 mil e 500 pessoas com demência (Alzheimer Europe, 2019).

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, afetando aproximadamente 60-70% das pessoas. O sintoma mais grave é a deterioração massiva do raciocínio e da memória, independente do processo normal de envelhecimento.

Mais de 100 anos após ter sido descrita pela primeira vez, esta doença neurodegenerativa permanece um mistério para a comunidade científica, mantendo-se, até à data, sem cura nem prevenção. Com as terapêuticas atuais, os médicos conseguem atrasar a progressão e agravamento dos sintomas, melhorando a qualidade de vida dos doentes e dos seus familiares/cuidadores.

Na AbbVie colaboramos com a comunidade científica mundial para encontrar formas eficazes de travar a doença nas suas fases iniciais.17

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AVC – Acidente Vascular Cerebral; OMS – Organização Mundial de Saúde.

Referências

  1. Morbus Parkinson: Ein Leitfaden für Klinik und Praxis; Reiner Thümler; 1. Auflage, Springer; Schapira AHV. 1999, Parkinson’s disease. BMJ : British Medical Journal.;318(7179):311-314
  2. Dafsari et al. Mov Disord. 2019 Mar;34(3):353-365. doi: 10.1002/mds.27626
  3. GBD 2016 Headache Collaborators. Lancet Neurol. 2018;17:954–76
  4. Mateus C, Allen A, Wilkes M, Ribeiro S. O Impacto Socioeconómico da Enxaqueca em Portugal. The Work Foundation. 2021;
  5. Martelletti et al. J Headache and Pain 2018;19(1):115. doi: 10.1186/s10194-018-0946-z
  6. Buse DC et al. Mayo Clin Proc. 2016; 25:S0025-6196(16)00126-9. doi: 10.1016/j.mayocp.2016.02.013
  7. Buse DC Headache. 2019;59(8):1286-1299. doi:10.1111/head.13613
  8. Diener HC et al. Supplement to the S1 guideline 2019; https://www.dmkg.de/files/dmkg.de/Empfehlungen/030057_LL_CGRP_Addendum%20Migraene_2019_20.1.2020.pdf. Acedido em: Agosto 2023
  9. Headache Classification Committee of the International Headache Society. The International Classification of Headache Disorders, 3d edition. Cephalalgia 2018;38(1):1-211. doi: 10.1177/0333102417738202
  10. Marupuru S, Almatruk Z, Slack MK, Axon DR. Use of Pharmacological and Non-Pharmacological Strategies by Community-Dwelling Adults to Manage Migraine: A Systematic Review. Clinics and Practice. 2023; 13(3):553-568. https://doi.org/10.3390/clinpract13030051
  11. Edvinsson L, Haanes KA, Warfvinge K, Krause DN. CGRP as the target of new migraine therapies - successful translation from bench to clinic. Nat Rev Neurol. 2018 Jun;14(6):338-350. doi: 10.1038/s41582-018-0003-1. PMID: 29691490.
  12. Heuschmann PU et al. Aktuelle Neurologie. 2010;37(7):333-340. doi: 10.1055/s-0030-12486
  13. Urban PP et al. Stroke 2010;41(9):2016-20. doi: 10.1161/STROKEAHA.110.581991
  14. Kuo CL, Hu GC. International Journal of Gerontology 2018;12(4):280-4. doi.org/10.1016/j.ijge.2018.05.005
  15. Platz T. S2k Leitline: Therapie des spastischen Syndroms. DGNeurologie 2019;2(4):258-79
  16. https://www.abbvie.de/forschung-entwicklung/forschungsschwerpunkte/neurologie.html
  17. Wissel J, et al. Neurology 2013;80:S13

Data de preparação: 11/2024
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